O casal tinha passado o domingo, 13 de setembro, em Olinda. Sim, a cidade das igrejas seculares, das ladeiras. Luiz e Mari tinham embarcado no Piedade/Rio Doce e, depois de uma viagem rapidíssima, desceram na Avenida Agamenon Magalhães, perto do Hospital da Restauração (e não da Ressureição, como ele falava às vezes) e da Praça do Derby. Meio desorientados, eles começaram a seguir um bando de torcedores com camisetas alvi-rubras.
Algumas quadras de caminhada e cerca de 20 minutos, e eles chegaram ao Estádio dos Aflitos. No caminho, venda de traquitanas e ingressos. A entrada da torcida visitante era pela rua dos fundos. Para garantir, seguimos um grupo que usavas camisetas tricolores, azul, preto e branco. Antes da chegada, um cambista oferecia o ingresso por R$ 30, o mesmo preço da bilheteria. Compramos, com um pouco de receio, e entramos. Eram mais ou menos 17h30min, faltava uma hora para a partida.
O jogo? Náutico x Grêmio, pelo Campeonato Brasileiro. Não estava nos planos passar férias em Recife justamente quando o tricolor gaúcho fosse jogar lá. Foi uma feliz coincidência. A escala de trabalho foi madrasta tantas vezes em que o Grêmio jogou em Porto Alegre, mas o calendário de férias foi uma mãe pra gente nesse sentido.
E a sorte não parou por aí. O Grêmio não tinha ganhado nenhuma partida fora de casa no campeonato. Tinha a pior campanha fora de seus domínios. E não é que ele venceu a primeira, tendo eu, a Mari e mais cerca de 100 gremistas como testemunhas? A vitória começou a ser construída cedo, com os 2 a 0 do primeiro tempo. Depois, foi só segurar o resultado.
Foi um momento marcante das férias. A 3,8 mil km de casa e em meio a praias e lições de história, vimos o nosso time ganhar em um estádio lotado pela torcida adversária. Tudo bem tranquilo, sem violência, sem ameaça. E com direito a provocações da torcida gremista aos vizinhos do prédio que fica colado no estádio que podem ver o jogo da sua sala de estar.