quarta-feira, 28 de maio de 2008

www.procon

Sou vítima do meu próprio blog. Vou lá nos favoritos, acho o santaporto e clico. O que eu recebo em troca? Um pop up comercial! Mercado Livre!
Fui lá ler nos "termos de serviço" e não fala nada em publicidade às minhas custas. Tá certo que eu não pago nada pra ter um blog, mas nem por isso tenho que dar visibilidade (leia-se "grana") pra algo que não curto. Quando é que vão inventar o Procon da Internet?

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Jogo no MP3

Esqueci meu radinho em Santa Maria, mas fui pro Estádio Olímpico com meu MP3, achando que teria de escutar o jogo na PopRock. O que não me agradava muito. Mas tive uma grata surpresa: a Rádio Guaíba FM surgiu com a transmissão da AM na hora da partida. E fico sabendo que, daqui a alguns dias, a Gaúcha também vai para a FM. Demoraram para descobrir que a maioria das pessoas hoje só tem FM, seja no MP3 ou no celular...

No estádio



Sábado, final de tarde, reencontro com o Olímpico, em Porto Alegre. Aquela velha história: o jogo pode até não ter sido um espetáculo, mas não há nada como clima de estádio. Mais de 25 mil viram Grêmio 2x0 Naútico. Torcer é uma religião.

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O ingresso mais barato é R$ 15, pra quem é "sócio torcedor". Para o restante dos mortais, R$ 30. Futebol já foi um esporte mais popular.

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Bebida alcóolica está proibida nos estádios. A moda agora é encher a cara antes de entrar. Mas aí o porre tem tempo limitado. Coincidência ou não, nenhum bêbado veio me chatear no jogo.

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Na arquibancada, ninguém senta. Quando eu era piá, a torcida levantava só nos lances de perigo. E ninguém mais grita "olha o mijo!" pro cara da frente que está de pé. Fica todo mundo na mesma.

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Muito mais crianças, muito mais mulheres. E elas também xingam o juiz. Só não gritam "gostoso!" pra ninguém.

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A torcida Alma Castelhana (aquela da avalanche) ganhou espaço, justamente por não ser organizada. Não pára um minuto. As organizadas (Super Raça e Torcida Jovem) ainda resistem, em número muito reduzido ao de outrora.
Ainda no tempo de adolescente, eu e o Tiago - vizinho e colega de colégio - fomos nos associar numa dessas organizadas. Era tanta regra que desistimos: chegar 2h antes do jogo, não sentar, não ouvir rádio...

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Pouco mais de 24 horas depois do jogo, já são 11 vídeos no You Tube relacionados a Grêmio x Náutico (um deles está aí no alto). Sinal do tempos.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Tudo trancado


Definitivamente, a cena daí de cima é uma das coisas que não dão saudade de Porto Alegre. Experimente sair de carro nos horários em que todo mundo resolve fazer o mesmo. Do túnel da rodoviária até o começo da Tabaí-Canoas (BR-386), foi uma hora e meia. O que, sem tráfego, dá pra fazer em 15 minutos. Isso que nós até demos sorte. Podia ser bem pior, já que era véspera de feriadão.

A caveira do Indy



O tempo foi implacável com o personagem Indiana Jones, que volta 19 anos depois. Não que Harrison Ford esteja fora de forma. Nem que Steven Spielberg tenha perido o timing. Quanto a esses dois, sem reparos.
Ford ainda pode ser um herói de primeira. E Spielberg ainda sabe entreter como poucos e tem completo domínio das cenas de ação. Mas Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal peca no roteiro. O problema não é o objeto do desejo - a caveira de cristal -, mas a chatice de algumas personagens, como as de John Hurt e Karen Allen (aquela mesmo de Caçadores da Arca Perdida).
A vilã, sim, é de respeito: Irina Spalko (Cate Blanchett) é uma cientista soviética conhecida como a "favorita de Stalin". Em plena era da Guerra Fria, Indiana consegue fugir dos russo e é levado para uma floresta da América do Sul por um jovem Mutt (Shia LaBeouf, de Transformers), que o procura para salvar a mãe (Karen) e um arqueólogo (Hurt). No decorrer do filme, segue a busca pela caveira de cristal e por um reino perdido que dá poderes a quem o encontrar.
Na comparação, com os outros, O Reino da Caveira de Cristal perde. Mas ainda assim diverte, pois o Indy está lá com sua jaqueta de couro, seu chicote e o seu já conhecido medo de cobras. Só não acho que seja o caso de um quinto filme da série.

Bichinhos





Um é o gato Chiquinho Roese, que se apaixonou pelo chulé do meu All Star.

O outro é o cachorrinho do primeiro suspeito preso na Operação Minotauro. A propósito, o homem garantiu que alguém iria levar comida e água para o bichinho, enquanto estivesse na cadeia.

Operação: reportagem


Apenas meia hora depois de ter encerrado a jornada de trabalho na terça, já estava na estrada, rumo a Porto Alegre, acompanhado pelo motorista, o Zeca, e o fotógrafo Fernando Ramos. Eram 21h30. Até chegar na minha casa porto-alegrense, 1h. Beijos no pai e na mãe, afago no gato coisa e tal. Até conseguir dormir, 2h.

Às 4h, tocou o despertador no celular, mas não dei muita bola. Quinze minutos depois, veio o reforço.

- Ô, Luiz, tu não tinha que acordar às 4h? - disse o pai.

Foi só o tempo de tomar uma ducha e chamar um táxi. Saí no seco. O relógio marcava 4h43 quando entro no Hotel Continental, na frente da rodoviária. A equipe está no restaurante do hotel, tomando café. Fico meio preocupado, porque o encontro com os policiais civis de Santa Maria estava marcado para as 5h30, mas em Novo Hamburgo. Chegar lá é fácil, mas eu não tinha nem idéia de onde ficava a Central de Polícia. O Zeca e o Fernando, muito menos.

Não esquentei muito a cabeça, resolvi me sentar para tomar um café. Afinal, como dizia a minha avó, "saco vazio não pára em pé". Uma xícara de café, uma fatia de pão integral com manteiga e queijo, uma colherada de mel e dois pedacinhos de mamão papaya. Eu não estava hospedado, mas achei que ninguém ia complicar. Ledo engano. Antes de deixar o recinto, um funcionário do hotel veio pedir para eu "acertar o café". Tá, tudo bem, faz parte. O problema foi o preço cobrado: R$ 19 (!). A empresa vai pagar, mas é um abuso, não? Se eu soubsesse, tinha enchido os bolsos com pães e frutas...

A vida segue, e a caravana pega a estrada rumo a Novo Hamburgo. Chegamos às 5h30 na delegacia. Foi bem fácil porque ela ficava bem do lado da BR-116, que àquela hora não tinha movimento algum. O dia continuava escuro, e o Fernando Ramos já fazia suas primeiras imagens (na foto aí de cima). Um equipe da sucursal da RBS TV também pintou por lá.

Logo na saída, a primeira confusão. Achávamos que tínhamos de seguir o delegado, mas não. O quente da história estava com outra equipe. Daí foi um "pau" pra alcançar os policiais, com um pedágio no meio do caminho até Sapiranga pra complicar. No fim, deu tudo certo.

Na frente de um prédio de 11 andares no Centro de Sapiranga, os policiais se armavam e colocavam coletes à prova de bala. Parêntese: em operações como essa, de combate a sonegadores, quase nunca são disparados tiros. É diferente de casos encolvendo traficantes ou assaltantes de banco, por exemplo.

O porteiro franqueou a entrada no prédio, mas já tomou um calor dos policiais. Os agentes perguntaram se ele conhecia o suspeito que seria "visitado". Gaguejando e tremendo, o homem só se explicava, dizendo que trabalhava ali fazia apenas dois meses e não conhecia ninguém. Porteiro liberado, vamos em oito no elevador: quatro agentes, repórter e câmera da TV, eu e o Fernando. Oito num elevador! Talvez tenha sido o momento mais arriscado do dia.


Agora, o momento mais tenso foi quando os policiais começaram a tocar a campainha e bater na porta do homem-alvo. Não pelo perigo, mas pela demora. Esse tava num sono ferrado. Um dos agentes se preparava para dar um pé na porta, mas não precisou. Olha, acho que ele iria mesmo quebrar o pé, pois a espessura da porta não era pouca bosta.

Nosso suspeito atende a prova só de cueca e com a cara toda amassada. Não reage e ainda ganha o direito de se vestir antes de ser algemado. Depois, os policiais começam a dar uma vasculhada por cima, em busca de documentos. Não dá meia hora e já estamos fora do luxuoso apê.

Ciceroneados pelo repórter da TV, cuja família é de Sapiranga, fomos para outro ponto. Numa casa de dois pisos e pátio generoso. Estava sendo preso um motorista. A casa não era dele. Fomos informados pelo dono, que não estava muito feliz com a presença da imprensa. Ainda deu tempo de acompanhar mais dois suspeitos saindo algemados do mesmo prédio, em outro local.

De lá, fomos para a DP de Sapiranga, para o registro das prisões. A essa altura, a história já estava toda na cabeça. Logo voltamos para a estrada, não sem antes tomar um capuccino no posto em frente à delegacia. Destino: Zero Hora.

Dessa vez, a 116 já estava atrolhada. Era 10 e pouco quando consegui chegar na redação para começar a escrever. A única pausa foi do meio-dia à 1, para lamoçar em casa. Depois, tocamos direto. Teve até coletiva no Palácio da Polícia, em que uma repórter loira (não tenho nada contra, pra ficar bem claro) ficava brigando com o fotógrafo pelo celular, só porque ele foi parar na Polícia Federal (!?).

A alforria só veio às 6h da tarde, depois de muitos telefonemas e algumas paradas para responder a dúvidas dos coleguinhas que iriam usar meu material. Fazendo as contas, eu já estava há 13 horas trabalhando. Mas feliz.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Programa de índia

Como é bom ser surpreendido, ficar meio desestabilizado por conta de algo. Positivamente falando. Nem conhecia muito bem a lenda do surgimento de Santa Maria. Só sabia que tinha uma tal de índia Imembuy. Mas, agora, aprendi da forma mais lúdica possível.

A sensação se chama Musical Imembuy. Com canções e coreografias, conta a história do amor entre a índia Imembuy e o branco Rodrigues. Dessa união, nasceu José o primeiro santa-mariense. Como bem disse a Tati, uma das coisas bacanas é a escolha por uma forma moderna e fora do convencional para falar da criação de Santa Maria, do conto de Cezimbra Jacques.

Uma rapaziada do street dance se mistura com meninas do balé clássico. Junta aí vozes conhecidas da noite santa-mariense. Uma orquestra que não pode ser enxergada (está abaixo do palco), mas que faz você se arrepiar. O batuque irresistível da turma do projeto Cuica. Figurino hip hop-hippie. Tudo isso no Theatro Treze de Maio.

Enfim, uma salada que deu muito certo. Saiu da cabeça do professor Orlando Fonseca e é dirigido pelo também profe Bebeto Badke. Poderia falar de mais gente, mas aí o post iria ficar grande. 100% de Santa Maria. Quase tudo perfeito. Desde os detalhes da iluminação (na hora em que o bandeirante é capturado, repare no vermelho violento) até a harmonia entre dança clássica e moderna.


No final do espetáculo vem um refrão: "Ibitory, Ibitory, Alegra o Nosso Viver, O Nosso Lugar é Aqui, Em ti Queremos Crescer". Todo mundo no palco, vozes unidas... é de emocionar. Mesmo sem ser santa-mariense de nascença, saí orgulhoso do Theatro.

É o post mais bairrista que eu já fiz. Tem motivos. Santa Maria está completando 150 anos neste sábado. E eu já estou há cinco anos na Ibitory-retan (Terra da Alegria), como era chamada no tempo da Imembuy. O Rio Grande do Sul tem centenas de municípios, e fui parar justamente numa cidade que faz aniversário no mesmo dia que eu. Se não fosse jornalista, ganharia um feriado de vez em quando...

***

Dia 30 tem mais, na Praça Saldanha Marinho. E é bom mesmo. Não pirei ou fiquei mais sentimental pela proximidade do aniversário: a Tati Py e o Cassol também gostaram do Imembuy. Confere lá.


sexta-feira, 9 de maio de 2008

On/off

A nostalgia de hoje vem do rádio.
Tudo começou na cozinha da casa dos meus avós, pais da minha mãe, no bairro Partenon, em Porto Alegre. De um Telefunken ligado na tomada, minha avó ouvia a Farroupilha, e o vô, a Gaúcha. Aliás, o seu Luiz Alberto costumava dormir com um rádio portátil colado no ouvido. Sempre na área esportiva.

Peguei gosto pelo coisa. No Transglobe do meu irmão, numa era paleontológica pré-Internet, ficava fascinado ao ouvir línguas estranhas para um menino de 10 anos. E ficava horas na escuta de emissoras de outros estados.

Daí não vivi mais sem rádio. No estádio, por exemplo, não pode faltar o radinho. Por todo esse sentimento, jamais vou jogá-lo no juiz. E me acostumei com rádio AM. Por força do ofício de jornalista de notícias factuais, não vi nada parecido em termos de imediatismo. Nem um meio tão próximo da vida real. Bem mais que a TV. Por isso, não largo essas emissoras que são toscas, sim, mas que tem seu lado verdadeiro.

Claro, também tenho meu lado FM. Mas, hoje, com a possibilidade de carregar um caminhão de músicas em um pequeno tablete, já está bem enfraquecido. Foi-se o tempo, numa época estritamente analógica, que a Ipanema FM, de Porto Alegre, foi referência. À noite, Katia Suman tinha um programa com muito rock n'roll. Como o Led Zeppelin nunca faltava (a música de abertura do horário era, inclusive, Misty Mountain Hop), era impossível não escutar. A rádio também tinha a característica de rodar as músicas inteiras, sem cortes, sem remix e sem "barulhinhos" que identificavam a emissora. E a Katia ainfda ficava lendo matérias inteiras de uma distante Folha de S.Paulo (hoje ao alcance de um clique), trazendo novidades. Ainda por cima, ela tinha comentários ácidos e engraçados, falando um portoalegrês dos mais típicos.

No fim, viciou. E sempre houve uma espécie de sonho de trabalhar em rádio. Mas, no jornalismo, acabei enveredando para a escrita. Agora, às quartas e às sextas pela manhã, perto das 9 e meia, mato a sede da latinha com alguns segundos na Itapema FM de Santa Maria. É só uma chamadinha, falando o que vai sair no jornal no dia seguinte. É uma rapidinha, mas é boa.

Eu iria até comentar que o mundo seria mais perfeito se os aparelhinhos de MP3 tivessem também rádio AM embutido. Mas percebi que esse artigo existe. Não é Brastemp a marca, mas acho que satisfaz alguns desejos.

Não quero que as AMs desapareçam. Mas também lamento o uso político delas. Vejam quantos radialistas acabam eleitos. E quantos políticos são donos de rádios. Para esses todos, volume baixo ou, simplesmente, off (sim, porque nem o meu radinho portátil AM/FM, que é verde-amarelo, vem com o "desliga").

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Me cita nesta tribuna

"Os acúmulos do senhor socializados com esse par"
"A concretude dessa grande obra"
"A grandiosidade dessa grande pessoa"
"Estes são apenas UM dos problemas da cidade"

A melhor comédia da TV passa no canal 16 da NET. Não perca. Terças e quintas à noite, com várias e várias reprises ao longo da semana.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Averiguaram a vaca


3h15
O horário está registrado no celular do plantão. As primeiras palavras, puro reflexo:
- Luiz, do Diário.
- Luiz, é o Flávio da portaria. O pessoal da Brigada ligou pra dizer que tem uma vaca lá na frente do CO (Centro de Operações da Polícia Civil).
- Como é que é? Uma vaca? Daonde?
- Lá de Itaara, acharam aqui em Santa Maria. A sargento Mara diz que sempre pedem pra eles avisarem das boa. Se a gente não for, tenho de avisar ela. Que aí eles ficam com a vaca lá mais um pouco.
- Pode deixar que eu mesmo vou. Pode avisar.

É o tempo de vestir calça, camiseta, blusão e casaco. Mais touca. Achei que estava um gelo na rua, mas não. Chamei um táxi do ponto da esquina e me fui pra delegacia da Andradas. E não que tinha uma vaca mesmo? Amarrada numa grade dum corrimão da entrada do CO. Quietinha ela. Bem tranqüila. Ali perto, três PMs. Dois homens e uma mulher. Fui pegando a história e batendo foto. A Andorinha (o nome da novilha) se incomodava um pouco com o flash, mas não fez escarcéu.
Enquanto isso, o futuro dono da vaca discutia o preço do transporte com outro cara que ia fazer o carreto da vaca. Afinal, ela já estava vendida a prestação pelo dono, que é de Itaara. 300 quilos de vaca por R$ 1 mil.

No final, lá se foi cada um pro seu lado. Menos a Andorinha, que foi socada numa Kombi. E não estamos falando da Kombi de carroceria aberta. Não adianta, não tem horário pra ver coisas muito estranhas.
Depois dessa, voltei pra casa. Eu, ao contrário da Andorinha, podia escolher.


sábado, 3 de maio de 2008

Um sábado










A vida em comunidade


Há dias, venho falando em comunidades virtuais coisa e tal. A vida real é muito melhor, claro. Mas também tem suas complicacões. Em condomínio, então, nem se fala. Volta e meia, encontro com vizinhos falando mal da síndica. E daí encontro a síndica falando mal dos vizinhos. Tudo é motivo. É o lixo, a porta mal fechada, as taxas, o horário do zelador, a limpeza...

O barulho é um capítulo à parte. Até não me queixo das sertanejas de um condômino, porque também detono o meu rock n'roll. Um tempo atrás, rolavam umas animadas partidas de truco no apartamento de baixo. Eu jarava que ia rolar morte no jogo, tamanho o gritedo. Mas não me incomodava, porque durmo pesado. Agora mesmo, está rolando uma obra num dos apartamentos do prédio. Continuo não dando bola. porque tenho o sono dos justos. E nos horários de bateção, estou sempre acordado de qualquer jeito.

Mas tem vizinho que está incomodado mesmo, como dá prá ver nesse bilhetinho grudado na porta do apê em obras. Parem com isso, chamem o Tim Maia.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Alô, comunidade

Este blog chega aos 20 links de outros blogs. Já é uma comunidade. Já estou linkado em outros também. E gente que conhece os outros vem me conhecer. E eu conheço os amigos dos outros. Um teórico diria que o conceito de rede é um elemento estruturante das relações cognitivas e sociais, sobretudo com a expansão dos serviços telemáticos.
Tá, vou dormir. Boa-noite.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

FDP



Gabriel O Pensador vai estar em Santa Maria neste sábado, primeiro dia da Feira do Livro. Vem para um bate-papo, às 19h. Essa visita me fez lembrar de uma história dos tempos de assessoria de imprensa em Viamão. Faz uns 8 anos, eu acho.


Como estagiário, não tinha moleza. Sábado, domingo, feriado... Cinco horas, segunda a sexta, só no papel. Pense tudo em que é possível virar relise numa prefeitura de uma cidade enorme em extensão e população, grudada em Porto Alegre. Bom, rolava inauguração de tudo, até de banheiro. E tínhamos de acompanhar o prefeito em tudo o que é evento, até aniversário de cachorro. E ainda tínhamos de fazer o cerimônial dos eventos. E foto disso e daquilo. E um jornal mensal. E largar os relises nos veículos de comunicação. E ler todos os jornais, todos os dias, pra fazer clipping. E ouvir e gravar programas de rádio. E fazer o texto e a arte de materiais de divulgação. Certa vez inventaram até uma rádio poste. Quem produzia e apresentava os programas? Tchan tchan tchan tchan... Os estagiários!

Eram uns 10. Mais um jornalista CC de chefa. Mais uma jornalista-taipa-concursada. Mais uma RP CC. Tudo isso numa sala 3x4. E dois computadores, disputados a tapa. Três mesas. Em dia de reunião, uns ficavam do lado de fora, espiando pela janela.

Foi um período de muito trabalho, muita aprendizagem e muita amizade (a convivência com a Elaine é uma boa lembrança dessa época). Além disso, era de dar risada.

Certa vez, me matei de rir, por dentro. O que nos remete ao Gabriel O Pensador. Era uma manhã de sábado. Estagiário cuja prioridade era a Secretaria de Educação, lá fui eu fazer uma "cobertura" de inauguração da ampliação do refeitório de uma escola municipal. Rolava um rango legal, preparado pela comunidade. Essa parte era bem divertida. Tirar foto também valia.

Bom, durante a inauguração (com corte de fita, coisa e tal), havia apresentações artísticas dos "locais". Valia de tudo, o que era bacana. Dança, banda, solo, declamação e por aí afora.

Nessa tal escola do refeitório, o rap era predominante (cultura hip hop domina, ou dominava, a cidade, ao lado do tradicionalismo). Pois bem, lá se foram três preguinhos, entre 10 e 11 anos. Anunciaram que iriam cantar um rap, largaram uma base nas caixas de som e começaram:

"Os fdp vive arrumando desculpa..."

E lá veio o refrão: "fdp fdp fdp fdp fdp fdp..."

O prefeito ficou sério. O secretário de educação virou de lado. A secretária do prefeito (e mulher do secretário) ficou vermelha. As professoras sorriam amarelo... E eu vibrava por dentro. Queria dar gaitadas, mas iria ficar chato.

Foi o dia em que Gabriel O Pensador (a música é dele) divertiu minha existência. Viva a comunidade. Salve o imprevisível.


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E bom bate-papo tem domingo, às 19h. De Porto Alegre para Santa Maria, vem o Sarau Elétrico. O profe Luís Augusto Fischer, a escritora Cláudia Tajes e a locutora Katia Suman vão ficar um tempo conversando sobre literatura. Garanto que eleva o espírito. Ponto para a Feira do Livro.