sábado, 24 de novembro de 2007

Lições de vida à la Lair Ribeiro

Algumas lições de vida aprendi não faz muito. Acredite, a recompensa por fazer algumas coisas simples vale a pena.
Primeiro, ouça as pessoas. Se elas o procuram para dizer algo, é porque querem a sua atenção. E esperam uma resposta, um comentário... Não se faça de louco.
Segundo, trate todos com respeito. Tipo assim: dê o tratamento que você gostaria de receber. Pra quer ser grosseiro? No fim das contas, não se chega a lugar nenhum assim. Você pode ser sério e cobrar sem causar um mal maior.
Terceiro, se você é capacitado para dar conselhos e opiniões, não se omita. Ou então vá para um retiro de monges. Lá certamente você não será requisitado.
Quarto, seja educado. Nenhuma situação – veja bem, eu disse NENHUMA – situação justifica perder a linha.
Simples, não? Parece, mas é difícil agir dessa forma 365 dias por ano. Nem tão pouco tempo atrás, eu desprezava alguns itens dessa cartilha.
Parafraseando uma mulher que me ligou esses dias: luz e paz para todos.

Final de semana

Estou há algum tempo ausente, né?
Para o final de semana, deixo aqui um poema do Carlos Drummond de Andrade do qual gosto muito. É bonito e serve de alerta para você que deixou aquela gata dançar sozinha no DCE...

Amor

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração para de funcionar por alguns segundos, preste atenção. Pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
Se os olhares se cruzarem e neste momento houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante e os olhos encherem d'água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o primeiro e o último pensamento do dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente divino: o amor.
Se um dia tiver que pedir perdão um ao outro por algum motivo e em troca receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.
Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida.
Se você conseguir em pensamento sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado... se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados...
Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite... se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado...
Se você tiver a certeza que vai ver a pessoa envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela... se você preferir morrer antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida. É uma dádiva.
Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro. Ou às vezes encontram e por não prestarem atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixá-lo acontecer verdadeiramente.
É o livre-arbítrio. Por isso preste atenção nos sinais, não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: o amor.

domingo, 11 de novembro de 2007

Romaria do blues





Na madrugada anterior à Romaria da Medianeira, fiéis ao blues se reuniram no Avenida Tênis Clube, aquio em Santa Maria, para celebrar a música. Valeu a pena. O 6º Cesma em Blues mostrou som de qualidade com qualidade de som, se é que vocês me entendem. A gurizada que tocou tem muita pegada. Gostei muito da Storm Blues Band, de Porto Alegre, que abriu os trabalhos. Mas a banda santa-mariense Blues Society e o Blues Power Trio, do Rio, também não ficaram devendo. Não vi todo o show do gringo Peter "Medcat" Ruth, mas ele começou bem. Ficam aí algumas fotos de uma noite de primeira, feitas por este que vos escreve. Quem não foi perdeu um baita programa. E quem resolveu ao show do Calcinha Preta, Deus que me perdoe.

sábado, 10 de novembro de 2007

Coisas que preocupam

- Um centro de consumo, estilo supermercado, virar um programa, um hábito, uma celebração. Sim, estou falando do Carrefour

- Uma cidade com mais de 250 mil habitantes conseguir ficar mais de 120 dias sem cinema

- Uma galera ter visto Tropa de Elite a partir de cópias piratas compradas em camelô

- Não conseguir ficar mais de uma semana sem ouvir uma notícia de corrupção

- Ver que as pessoas têm os motivos mais idiotas para inventar uma discussão umas com as outras

- Motoristas que não usam o pisca-pisca

- Saber que há pessoas que se ofendem demais ao ver um mendigo dormindo em frente a sua casa

- Ficar sem assunto pro blog e inventar essas frasezinhas

Profissão: repórter

Antes de tudo, peço desculpas aos que eventualmente lêem as postagens aqui. Fazia uma semana que eu não comparecia. Um pouco culpa minha, um pouco culpa do trabalho. Teve dia em que fiz 15 horas de jornada, tudo pelo bom jornalismo. Veja bem, fiz reportagem sobre um marido que matou a mulher, sobre o cerco da Polícia Federal à Fatec, no campus da UFSM (ah, se você não sabe, vá se informar. não vou contar a história) e sobre a tragédia de uma família que perdeu tudo em um incêndio. Como, na verdade, devo exercer as funções de editor, ser repórter por um dia tem seu preço: a jornada dupla de trabalho.
Chego no final de semana parecendo um chinelo velho, mas, ao mesmo tempo, feliz. Mesmo que eu tenha acompanhado só coisas mais pesadas, tive a oportunidade de fazer o que mais gosto: contar histórias. Ah, vai dizer que não é bom?
Penso em ser jornalista desde que eu tinha uns 11/12 anos. Naquela época, minha motivação era outra. Queria ser crítico de cinema. Tinha até um caderninho em que eu fazia minhas resenhas. O tempo passou, e teve um período em que eu até nem sabia o que eu queria fazer. Quase desisti da faculdade para ser microempresário.
Mas aí descobri o mundo do jornalismo diário. Tem emoção e adrenalina de sobra. Tem variedade. Claro, se você é repórter. Não coloco a mão no fogo por outras funções, inclusive pela que eu exerço atualmente.
O repórter é um cara que tá na rua, tá conversando com as pessoas, tá em contato com o mundo. Se o cara for esperto, pode até se governar no trabalho. Basta olhar ao seu redor. Aliás, basta abrir os olhos. Há um monte de histórias por aí que merecem ser contadas. Daqui a alguns anos, aquelas linhas que o repórter colocou no papel (no computador, né, mané?) serão fonte de pesquisa, serão história. Que responsa, hein?
Você talvez não pense como eu. Nem quero isso. Ser jornalista significa, muitas vezes, abrir de várias coisas. Cada um deve escolher seu caminho. Se você teve paciência de chegar ao fim deste texto, talvez eu tenha pego a estrada certa pra mim.

sábado, 3 de novembro de 2007

Nós que aqui estamos

Fui mais vezes a cemitério como repórter do que pessoa comum. Não é que eu não goste do lugar. É que eu acho desnecessária a ida. Tenho uma coisa só minha: levo comigo as lembranças de quem partiu. Onde quer que eu esteja. Eu, por exemplo, gostaria que as próximas de mim recordassem de alguma coisa que eu falei, de alguma música que eu cantei, uma piada, sei lá. Gostaria, inclusive, que minhas cinzas fossem jogadas lá pelas ruas do Menino Deus, em Porto Alegre, em meio às muitas árvores do bairro onde eu cresci.
Mas não tenho nada contra quem vai nem condeno. Imagina só. Muito respeito.
Peço licença, na madrugada seguinte ao Finados, para lembrar do meu avô materno: o seu Luiz Alberto Martins Fagundes. Ele morreu quando eu tinha uns 10/11 anos, mas a lembrança é muito forte até hoje. Bah, como a gente fazia coisa junto. Uma vez até me perdi dele lá na Expointer e fui parar na tenda da triagem, fazendo desenhinho do lado de um brigadiano. Chamaram o vô nos alto-falantes e tudo pra ele ir lá me buscar. Esqueci muita coisa da infância, mas dele, não.
Aproveito também para lembrar de um amigo que se foi agora há pouco: o taxista José Carlos, na juventude de seus 50 anos. Porra, o cara era perceiro, mesmo. Conheci a figura fazendo matéria na rua e o que era uma relação de prestador de serviços-cliente virou amizade. Além de todos os churrascos, os papos, as piadas, as histórias picantes para o jornal, o Zé era uma espécie de ponte com a vida real de Santa Maria. Claro que eu já conheço muita gente de Santa Maria (os que vieram de fora são um caso à parte). Mas nada como uma amizade sincera, né? Saudade do cara. Esse merece ser lembrado. E mereceu até a ida ao cemitério.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Bahia na tela



Vi e gostei. Ó Pai Ó, que está nas locadoras, é um filme bem regional. Bem baiano, pra ser mais exato. Ele retrata o cotidiano de moradores do Pelourinho, em Salvador, justamente na época de Carnaval. Parece que vai virar até minissérie na Globo.

O protagonista é o artista-pintor Roque (Lázaro Ramos, na foto divulgação aí de cima), que também é aspirante a cantor. Mas também tem uma dona de pensão beata, uma proprietária de bar bem masculina, um motorista de táxi dividido entre a mulher grávida, uma baiana que volta da Europa e um travesti. Tem até o Wagner Moura (com a popularidade mais em alta do que nunca, por causa de Tropa de Elite). Ele está meio caricato como trambiqueiro profissional, mas tem seus pontos altos, principalmente quando divide a cena com Lázaro. Esse último, aliás, canta e dança no filme, completamente à vontade.

Não espere uma obra-prima. Vale como diversão mesmo. E não deixa de ter uma forte crítica social, apesar de ser uma comédia. Não quero estragar a surpresa, mas só digo uma coisa: você não vai rir o tempo todo.