Gabriel O Pensador vai estar em Santa Maria neste sábado, primeiro dia da Feira do Livro. Vem para um bate-papo, às 19h. Essa visita me fez lembrar de uma história dos tempos de assessoria de imprensa em Viamão. Faz uns 8 anos, eu acho.
Como estagiário, não tinha moleza. Sábado, domingo, feriado... Cinco horas, segunda a sexta, só no papel. Pense tudo em que é possível virar relise numa prefeitura de uma cidade enorme em extensão e população, grudada em Porto Alegre. Bom, rolava inauguração de tudo, até de banheiro. E tínhamos de acompanhar o prefeito em tudo o que é evento, até aniversário de cachorro. E ainda tínhamos de fazer o cerimônial dos eventos. E foto disso e daquilo. E um jornal mensal. E largar os relises nos veículos de comunicação. E ler todos os jornais, todos os dias, pra fazer clipping. E ouvir e gravar programas de rádio. E fazer o texto e a arte de materiais de divulgação. Certa vez inventaram até uma rádio poste. Quem produzia e apresentava os programas? Tchan tchan tchan tchan... Os estagiários!
Eram uns 10. Mais um jornalista CC de chefa. Mais uma jornalista-taipa-concursada. Mais uma RP CC. Tudo isso numa sala 3x4. E dois computadores, disputados a tapa. Três mesas. Em dia de reunião, uns ficavam do lado de fora, espiando pela janela.
Foi um período de muito trabalho, muita aprendizagem e muita amizade (a convivência com a Elaine é uma boa lembrança dessa época). Além disso, era de dar risada.
Certa vez, me matei de rir, por dentro. O que nos remete ao Gabriel O Pensador. Era uma manhã de sábado. Estagiário cuja prioridade era a Secretaria de Educação, lá fui eu fazer uma "cobertura" de inauguração da ampliação do refeitório de uma escola municipal. Rolava um rango legal, preparado pela comunidade. Essa parte era bem divertida. Tirar foto também valia.
Bom, durante a inauguração (com corte de fita, coisa e tal), havia apresentações artísticas dos "locais". Valia de tudo, o que era bacana. Dança, banda, solo, declamação e por aí afora.
Nessa tal escola do refeitório, o rap era predominante (cultura hip hop domina, ou dominava, a cidade, ao lado do tradicionalismo). Pois bem, lá se foram três preguinhos, entre 10 e 11 anos. Anunciaram que iriam cantar um rap, largaram uma base nas caixas de som e começaram:
"Os fdp vive arrumando desculpa..."
E lá veio o refrão: "fdp fdp fdp fdp fdp fdp..."
O prefeito ficou sério. O secretário de educação virou de lado. A secretária do prefeito (e mulher do secretário) ficou vermelha. As professoras sorriam amarelo... E eu vibrava por dentro. Queria dar gaitadas, mas iria ficar chato.
Foi o dia em que Gabriel O Pensador (a música é dele) divertiu minha existência. Viva a comunidade. Salve o imprevisível.
***
E bom bate-papo tem domingo, às 19h. De Porto Alegre para Santa Maria, vem o Sarau Elétrico. O profe Luís Augusto Fischer, a escritora Cláudia Tajes e a locutora Katia Suman vão ficar um tempo conversando sobre literatura. Garanto que eleva o espírito. Ponto para a Feira do Livro.
3 comentários:
nôite chefe!
sou a mais nova leitora o/
tbm disponibilizei o link no meu todavia.
*sobre assessoria de prefa, sei bem. 1 ano e dois meses de muitas horas de rádio-escuta. conheci a cidade pelo rádio e foi importante demais.
He he he. Bons tempos esses, onde a diversão era 50% dos 100% de trampo. Agora, vamos falar a verdade: sorte de quem ficava do lado de fora... Huahuahua! O esporro era bem menor.
P.S.: Tá ligado que o Magdão é mãe da Marina, mora em Cachoeirinha e é funcionária pública da prefeitura de lá?
Carol K., valeu a visita. Tb coloquei um link pro Todavia aí do lado. bj
Elaine, eu sabia da Marina, mas não de Cachoeirinha... Tu sabe se ela ainda dá soco na mesa?
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