Como eu já havia anunciado, aqui vai a minha retrospectiva pessoal do ano que está findando. Foi um bom ano, como já havia dito. E aqui vão alguns motivos para isso.
Primeiro, descobri a paciência e a serenidade em 2007. Há três anos, entrei numa função no jornalismo que não faz parte da lista das mais prazerosas. E um pouco longe do meu ideal, que é ser sempre repórter. E só. Quero somente contar histórias. Mesmo com esse peso todo de um cargo de gestão, a maré mudou. Graças às pessoas que me cercam. Elas me fizeram sentir bem, me deram um retorno bem positivo. Notei que era importante pra elas, isso me acalmou e deu tranqüilidade e satisfação. Passei a me sacrificar por elas, sem sentir, sem fazer disso um fardo. O combustível, por mais piegas que isso possa parecer, é o sorriso no rosto de quem está perto de mim.
Segundo, mudei de casa. De um quarto fui para um apê inteiro. Espaçoso, bem localizado e a preço de banana. Tive muita sorte e um bom amigo. Não que eu tivesse grandes problemas com meu antigo quartinho, mas poder estar num lar com vários ambientes é outra coisa. Dá até para receber os amigos com certo conforto. E ainda tenho direito a uma rede de deitar e a uma bela paisagem na janela.
Terceiro, a tecnologia. Essa também ajudou a fazer de 2007 um ano bom. Voltei a entrar no mundo da música graças a um aparelhinho de mp3 que não largo. Isso combinado com a internet banda larga. Pude, assim, achar canções que estavam perdidas no imaginário. Também pude continuar a brincando de fazer fotos e colocá-las à disposição de quem estivesse a fim de vê-las. Foi possível gravar trilhas sonoras para as festinhas da galera. E ainda criei este blog. Está ótimo. Ainda pretendo usar tudo isso para minha independência, aguardem.
Quarto, a saúde. Bah, faz tempo não me sentia tão bem. Só faltava largar o cigarro, mas vamos deixar esse papo pra outra hora. De resto, perdi peso e ganhei fôlego e auto-estima. Nunca fui vaidoso, mas os olhos da humanidade são pautados por isso. Por isso, é bom se adaptar. A tendência agora é só melhorar, começando pelo joelho que não me deixa jogar bola. Que me aguardem os gramados!
Quinto, os amigos. Os velhos e os novos. Houve algumas pessoas em especial que fizeram diferença. Aliás, até perdi um grande amigo - um dos poucos motivo pra lamentar o ano. A ironia do destino é que, no momento em que eu soube da morte dele, já tinha um ombro amigo para chorar. Ah, os amigos. Sabe, sou meio desconfiado, não tenho uma quantidade enorme de amigos. Mas aqueles a quem chamo de amigos, esses eu valorizo. Confesso que, antes deste ano, havia pessoas que eu não valorizava, mas que foram fundamentais em momentos angustiantes. Muitas vezes, sem nem saber o que se passava. Outras sabiam, e usaram isso a meu favor, para me proteger e me acolher. Hora também de lembrar dos amigos que eu havia abandonado e revi depois de muito tempo. Como eu fui burro. No final, todos estavam no mesmo lugar, esperando por mim. Eu era infeliz e não sabia.
Aos amigos da cerveja, das jantinhas, do trabalho, de perto, de longe, de uma só palavra ou de conversas intermináveis, muito obrigado por tudo.
Por último, uma pessoa em especial. Pode uma só pessoa fazer tanta diferença? Pois eu afirmo que sim. Essa elevou minha felicidade à milésima potência. Fez eu partir de algo sem valor para uma coisa impossível de medir. Fez eu acreditar em mim. Deu motivos para eu me importar, me preocupar, dar atenção. Fez eu ter prazer. Fez eu acordar e agradecer por mais um dia. E até me tornou mais humano, fazendo surgirem sentimentos que vão da euforia extrema à tristeza profunda. Fez eu sorrir, fez eu chorar. Veio me desarmar e depois me rendeu. Fez com que eu ouvisse e dissesse palavras carinhosas. Tornou possível o fato de lembrar de cada instante que passou e valorizar esses momentos como se fossem únicos, por menores que fossem. Ajudou-me a compartilhar segredos, planos e sonhos. Fez com que eu tivesse vontade de fazer tudo por ela. Fez eu ficar feliz ao receber um telefonema às cinco e meia da manhã. Fez eu ter saudade. Fez eu dividir e perceber que, para isso, não é preciso haver cobranças. Fez eu perceber o valor de uma grande amizade. Fez com que eu não precisasse esconder nada. E fez eu não ter vergonha de dizer nada. Nem de escrever tudo isso. Nunca me iludiu nem faltou com a sinceridade. Fez com que eu superasse as situações mais adversas (esta página ainda está em construção). Fez eu chegar a um final não muito alegre sem ter um milímetro de arrependimento ou ódio. Deixou-me só com boas lembranças (alías, infeliz de quem não tem algo assim para lembrar). Como essa pessoa também serviu de inspiração para este blog, ele deve muito a ela. Eu também.
Passando a régua, o balanço é positivo. E com motivos para crer que 2008 não vai deixar por menos. Planos para isso não faltam. Ah, e não adianta ficar olhando para trás. Nada do que foi será. Veja o céu agora. Amanhã, repare nele novamente. Daqui a 10, 15 ou 20 anos, você vai olhar de novo e sempre vai enxergar algo diferente. Esse é o espírito.
O mais importante: não me arrependo de nada que fiz em 2007. Se algumas coisas não deram certo, não foi porque não acreditei, não me esforcei ou não quisesse. Você sempre ganhará uma nova chance para melhorar. Palavra de quem fez muita cagada na vida e depois foi recompensado por não deixar de acreditar.
Feliz 2008.
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