segunda-feira, 10 de março de 2008

Algo a dizer

Foi-se o tempo em que eu não tinha algo a dizer. Ou que eu tinha medo de dizer algo. Sinceramente, não gosto de assumir responsabilidades. Mas não tenho mais medo delas.
No fim, se você sempre for sincero, fica fácil. Por mais que aquilo que você está dizendo não seja o que a pessoa do outro lado queria ouvir. O negócio é se colocar na posição do outro.
Também não temo em errar. Acertar sempre é impossível. Mas sei que as minhas intenções são as melhores. Então, no final, tudo vale a pena.

Bom, todo esse papo de neurolingüistica é para lembrar de uma história de escolhas erradas. Uma vez escolhi o trabalho como prioridade, em detrimento da faculdade. Era divertido, eu ganhava uma graninha... Mas tava parado no mesmo lugar. E o cavalo passou encilhado várias vezes... No fim, fui parar no olho da rua, com uma mão na frente e outra atrás. Ainda bem que não larguei o curso de Jornalismo, naquela falsa ilusão de ser um "profissional".
Formado e desempregado, eu cheguei a pensar em voltar para o comércio. Nenhum demérito para a atividade. Pelo contrário. Afinal, encostei a barriga no balcão (da loja de vinhos e do restaurante da família, da locadora de vídeo...) desde os 13. E muita coisa aprendi. Muito mais do que nas cadeiras de Linguística e Fundamentos de Editoração (!).
Mas, parando pra pensar, será que a escolha de priorizar o trabalho foi errada mesmo? Será que eu não chegaria aos dias de hoje num sentimento de infelicidade com meu local de trabalho?
Não existem escolhas erradas, apenas escolhas. Se a minha fosse tão errada assim, talvez eu estivesse hoje trabalhando na Renner (pelo menos ganharia desconto nas camisetas do Planeta Atlântida). Se eu tivesse resistido a todos os sentimentos que tive, talvez hoje não tivesse a capacidade de amar. Nem de ser amado.
O certo é que hoje não privilegio nada, mas tudo. E, acima de tudo, a vida. Sem se lamentar. Sem ter raiva. Adianta?

E olha que até dá saudade da falta de responsabilidade e da ausência de compromissos. De vez em quando, preferia ser mesmo um ninguém por completo. Apenas mais um na multidão. Mas não se preocupe, é um sentimento bem rápido. Se você chamar por mim, saio do meio do povo e venho correndo.

Um comentário:

TatiPy disse...

Tava até pensando em escrever um post sobre escolhas erradas... Você sabe o motivo.A gente passa o dia inteiro fazendo escolhas: "vou com a roupa vermelha ou com a preta?", "como o light ou o normal?", "fico com ele ou não fico". Pois bem, o que aprendi nos últimos meses é que não dá ára esquentar a cabeça com ase scolhas. Elas são feitas tão rápido... Quem poderá nos culpar? Somos apenas crianças tentando aprender...