domingo, 9 de março de 2008

A maldição do Carnaval de rua





Quando eu tinha uns 14/15, costumava ir escondido até os desfiles do Carnaval de rua em Porto Alegre, primeiro na Perimetral e depois na Augusto de Carvalho. Fica ali pela dispersão, pegando o finalzinho das apresentações e gritaria de quem cumpriu seu dever na passarela. Numa época antes dessa, virava a noite vendo o Carnaval do Rio na TV (tá certo que não era só pelo samba, eu queria ver mulher pelada também), apesar dos apelos da mãe para que eu fosse pra cama.
O tempo passou, e o Carnaval de Porto Alegre ficou mais longe de casa. E eu só fui ter a chance de chegar perto de novo do samba na avenida em Viamão, quando estagiava na assessoria de imprensa da prefeitura. Depois, ainda fui privilegiado com uma credencial para os desfiles na Capital. Já um pouco mais dono das minhas idéias, pirei ao ver uma bateria passando bem do meu lado. E, agora, se tenho a chance de sentir isso, não perco. Como fiz em Floripa no mês passado.
Já tinha visto o Carnaval de Santa Maria antes. E já tinha gostado. Agora, em 2008, os desfiles voltaram depois de um ano de ausência. Oito escolas mostraram sua homenagem aos 150 anos de Santa Maria.

Se você quiser uma análise mais apurada, dá uma olhada no blog da Tati. Eu fico só com a emoção. Com o choro dos puxadores da Império da Zona Norte (na foto aí de cima), escola que levantou a arquibancada com um samba de primeira, mas teve três carros quebrados. Com a batéria nota 10 da Unidos do Itaimbé. Claro que fiquei grudado neles, no recuo. Ou você acha que sou bobo?

Nem tudo foi lindo. A outrora luxuosa Vila Brasil, por exemplo, tava pobrinha, pobrinha. E o samba não ajudou (sem falar no Macalé, que, do jeito que cantou, devia pedir pra sair). Mas a batucada compensa tudo.

Hoje tem a noite das campeãs. Como caí nessa tal de maldição, não tem jeito: vou.


***

Um repórter (de folga, só no lazer) toma cerveja na pista. O político com mandato passa, pára e olha. Cumprimenta. Na saída, esbarra na mão do repórter e derruba a latinha de Sol, que tava bem gelada. É ou não é caso pra impeachment?











































2 comentários:

Adriana Schnell disse...

Aperto de mão de político é o que tem de mais pior entre tudo o que possa ser pior.

Cor de Rosa e Carvão disse...

Pois então, não há emoção maior do que pisar na avenida, vestida com alguma indumentária (o modelo não importa), no balanço do samba-enredo da escola que tu escolheu para torcer, para remexer o quadril e cantar feito cotovia (ou outro passarinho qualquer também). Depois do meu debú na passarela do samba de Joaçaba, não vou querer saber de outra coisa no carnaval, senão por os meus pézinhos na XV de Novembro, bem feliz, cantando o samba da escola...