segunda-feira, 31 de março de 2008

Proibido para hipertenso


Só depois de algumas cervejas, churrasco à vontade e goles de tequila é que fui perceber. O que faz mal, mesmo, é o tal do cloreto de sódio.

E por falar em...

Saudade. Quase sempre vira metáfora: "soprou um vento", "invadiu neu coração", "tomou conta da casa" "aperta no peito"... E por aí vai. Tudo muito bonito. Mas, na hora de sentir de verdade, dói. Ainda bem que não é incurável.

E ainda bem que dá pra sentir falta de um dia muito bom sabendo que ele pode ser igual ou melhor nas 24 horas seguintes.

Por último: não gosto de ficar acompanhando a partida de um alguém muito querido até a porta se fechar, o motorista dar a partida e o ônibus deixar o box. É masoquismo, acredite. Ale, até bem breve. Prefiro pensar assim.

Cinema sem reparação


Pois tudo funciona no novo velho cinema em Santa Maria, pelo menos na sala 2. As poltronas estão com todas as partes, o som Dolby digital se apresentou em dia, e não há reparos a fazer em relação à projeção. O saco é ter de esperar o elevador na saída do cinema, porque não há outro jeito de sair do Santa Maria Shopping. Mas um funcionário já me avisou que, em dias de mais público, as escadas estão liberadas. Menos mal. Nesse domingo, havia umas 20 e poucas pessoas para ver Desejo e Reparação na última sessão do dia.


Sobre o filme: surpreendeu positivamente. Não sou muito afeito a filmes de época ingleses. Via de regra, eles seguem com muito rigor a obra literária da qual foram originados. E aí a técnica cinematográfica não é bem aproveitada. Vide Uma Janela para o Amor, A Feira das Vaidades, Retorno a Howard's End... Se você gostou, desculpe. Mas, para mim, eles são chatos, muito chatos. Não vou generalizar: Razão e Senbilidade e Vestígios do Dia merecem ser vistos.

Desejo e Reparação vai nessa linha, ao contar uma história que se passa na Inglaterra dos anos 30, entre as duas guerras mundiais.

A história começa numa pomposa propriedade na Inglaterra. Lá vive a família Tallis, que se prepara para receber de volta o filho mais velho. A irmã mais nova, Briony, tem uma inaginação fértil que vai desencadear uma grande mudança no destino de todos os personagens. Por ciúme e por não entender bem o que acontece entre a irmã mais velha e o filho da governanta, ela acaba acusando o rapaz por algo que ele não fez.

A partir daí, o roteiro viaja pela vida dos personagens, mostrando como o futuro pode ser destruído por um ato impulsivo. No caso, o das irmãs e o do rapaz acusado. Nem quem inventou a história escapa, pois ela não consegue abandonar a culpa que sente pelo que fez. E só consegue buscar a tal "reparação" no último livro de sua longa carreira como escritora.

Surpreendente, de boa trilha sonora orquestrada (vencedora do Oscar), grandes atuações e com uma fotografia que leva do colorido da paisagem do interior da Inglaterra ao cinzento dos anos de guerra e de desencontros.


Filme bom, pipoca e boa companhia. Valeu o domingo.




quinta-feira, 27 de março de 2008

Post para maiores de 18

Não sou purista. Nem nas atitudes nem nas palavras. Volta e meia, num rompante, solto um bu... (piiii) no meio da redação. Ando mais comedido, mas os impropérios ainda saem da minha boca.

Essa módica introdução é para introduzir (aaaahhhh, q preguiça de pensar) uma historieta. Na terça, bem cedinho, peguei um táxi do bairro Santana, em Porto Alegre, para a rodoviária. Fui sorteado. O profissional do volante era o campeão do "nome feio". O cara que cortava ele no trânsito era viado, cuzão etc. A mulher que andava em zigue-zague recebeu a contribuição mais baixa de todas: "Pô, segura firme esse volante. Porque a minha pi... (piiii) tu gosta de segurar bem, gata." Outro motorista, mais um "FDP", vários "cara... (piiii)" passando, outras bu... (piiii) caminhando pelo Parque da Redenção... Meu Deus, só com desentupidor pra limpar tanta m... (piiii) que saía daquela boca.
Se o cara ainda fosse meu parente, se eu devesse algum dinheiro pra ele, se eu tivesse pego a irmã dele, até vai. Mas eu nunca vi mais gordo! Que lembre que é um prestador de serviços. Imagine se eu fosse devoto do Mãe-Rainha-Trocentas-Vezes-Sei-Lá-O-Que. Ele seria excomungado e arderia no fogo do inferno (ou ao meio-dia no Calçadão de Santa Maria, tanto faz). Com todo o respeito, QUE ELE SE F... (piiii)!

quarta-feira, 26 de março de 2008

Esqueça tudo o que você já viu


No Santander Cultural, em Porto Alegre, é possível viajar de graça. É o Festival Internacional de Linguagem Eletrônica, que ocorre simultaneamente no Rio. Interagir é a palavra da hora, pois em quase tudo o visitante pode participar ativamente, muitas vezes fazendo também parte da obra.

A belga Yacine Sebti, por exemplo, apresenta a Jump (na foto acima), onde o público participa como personagem, "pulando", na obra. Dali em diante, ele poderá começar a construir esta imagem, na qual também vê os outros visitantes: enquanto pula, ele lentamente desloca os saltos dos visitantes anteriores, com seus próprios saltos. E tudo vai parar num telão.

Tem também a obra do venezuelano Ernesto Klar, Convergenze Parallele, onde o visitante "sopra" a imagem e o som. Pequenas partículas podem formar um desenho inédito na tela.

Em Dreamlines, do argentino Leonardo Solaas, o cara entra com uma ou mais palavras (em inglês) que definem um sonho que ele gostaria de sonhar. O sistema procura na rede imagens relacionadas e gera uma pintura onírica, que muda constantemente.

Sem falar no Piso, dos brasileiros Rejane Cantoni e Leonardo Crescenti. A pessoa pisa em uma das duas extremidades da máquina e essa ação produz o deslocamento de uma onda na direção equivalente à ação. A onda em movimento levanta a chapa de aço e o conjunto levanta quem ou o que estiver em cima dela.
Eu poderia ficar aqui falando por quase três horas (tempo que fiquei viajando lá dentro) de tudo o que vi. Mas não vou conseguir descrever todas as nuances e sensações. O negócio é ir até lá.

O lance vai até 20 de abril. São 150 obras – webart, netart, vida artificial, hipertexto, animação computadorizada, teleconferência em tempo real, realidade virtual, software art, além de games, filmes interativos, e-videos, fotos 360° e instalações de arte eletrônica.

Esqueça tudo o que você viu antes em termos de arte. Não fique parado. Interaja.

E use filtro solar.


Em busca da felicidade

Estou feliz, mas em crise permanente. Pois gostaria que todos ao meu redor estivessem felizes. "Todos" significa desde a pessoa que senta do meu lado na redação do jornal até o catador que vai buscar o jornal velho na minha casa. Infelizmente, não sou capaz de ajudar a todos, e isso me frustra um pouco.
São muitas as injustiças no mundo. E sou incapaz de resolver a maioria delas. Até porque tem um numeroso time jogando contra.
Volta e meia, tenho vontade de botar uma mochila nas costas e sair por aí, sem rumo. Só para fazer o bem. Não quero canonização, apenas me sentir legal. Sei lá o que isso. Não enxerguei nenhum santo nem recebi uma mensagem psicografada. Deve ser a idade.
Enfim (minha palavra preferida), se alguém precisar de ajuda para ser feliz, tô de plantão. Claro que tudo tem limite. Não posso resolver os problemas da dona de um certo bar da Venâncio, por exemplo.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Simplicidade na tela



Juno é um achado. De vez em quando, aparecem esses filmes americanos que dependem só do roteiro e das boas interpretações. Porque a maioria, você bem sabe, se apóia nos efeitos e na maquiagem. Não que esses sejam ruins, mas é que, de vez em quando, a simplicidade faz falta.

A protagonista que dá nome ao filme (interpretada por Ellen Paige, sensacional) é uma garota de 16 anos que fica grávida na primeira transa, em meio a sua rotina diária de high school. O bacana é que o longa destaca pessoas comuns, sem cair no esteriótipo que filmes desse tipo de gênero e trama costumam apresentar. Não há pais desajustados que vão chorar pelo destino da adolescente, não há namorado canalha e não há uma protagonista idiota - aliás, esperteza é o que não falta para ela.

Enfim, nossa heroína decide dar o bebê. É aí que entra em cena o casal interessado. Ele é um publicitário, roqueiro e fã de filme de terror e quadrinhos, que acaba deixando tudo isso o que curte porque a mulher (obcecada em ser mãe mas incapaz fisicamente) o censura. É aí vem mais um pedacinho de vida real: ela não percebe que mata o homem por quem se apaixonou ao podá-lo de seus prazeres.

É um filme (raro) que consegue ser inteligente ao falar de adolescentes. O diretor Jason Reitman (que deixou para trás o cinismo de seu Obrigado por Fumar, muito bom, aliás) se revela de uma sensibilidade incrível e um construtor de belos diálogos. E ainda arrumou uma trilha sonora meio folk, bem agradável, que combina com a toda a história.

É uma hora e meia de ótima companhia. Mesmo se você for sozinho ao cinema, fique tranqüilo. Lá na tela, só tem gente legal para bater um papo.


Em tempo: minha amiga Adri já falou desse filme em seu blog. Dá uma olhada aqui.

quarta-feira, 19 de março de 2008

A academia

Volto à rotina de escrever para falar que voltei à academia. Não, não estou levantando peso nem fazendo spinning, step, gap ou qualquer uma dessas coisas "estrangeiras". O único exercício, nesse caso, é pensar. Depois de quase cinco anos, estou estudando. É um curso de especialização. O nome é pomposo: Comunicação e Projetos de Mídia. As aulas são sexta à noite e sábado o dia inteiro.
Por enquanto, foi apenas um final de semana. É cedo pra avaliar o tal do curso. Mas que faz bem sair um pouco do ambiente de uma redação de vez em quando, não há dúvida. Outro mundo, outro tipo de discussão, outras pessoas...
Só não sei de que forma vou levar. Não lembro se já contei isso aqui, mas meu curso de jornalismo durou 10 anos. Quase fui jubilado. Por isso que não respeito muito o diploma. Trabalho há mais de 10 anos na área e só me formei há quatro. E vi muito nêgo graduado patinar pra fazer as coisas que eu fazia antes de ser "bacharel". Então, peguei um certo ranço.
Mas isso já passou. Quero, quem sabe, um dia poder dar aula. E, para isso, preciso dos títulos de "dotô". Talvez eu chegue lá, vamos esperar.


Historinha de começo de aula.
Sexta-feira à noite. Em um auditório do Centro Universitário Franciscano, uma professora dá sua aula inaugural, usando data-show coisa e tal. A atividade era aberta para os alunos da especialização e os da graduação.
Em todas as cadeiras do chamado "salão de atos" (talvez a pessoa que batizou não conheça o da UFRGS), havia uma revista dos alunos do Jornalismo. Passado um tempo do começo da explanação da profe, uma loira (se era natural, não sei dizer) chega com a amiga e vê vários lugares vagos em uma fila. Pára, olha e faz cara de braba.
- Mas que saco! Todos os lugares estão reservados...

segunda-feira, 17 de março de 2008

Os comentários

Como continuo em crise de pensamentos, aproveito para dar o devido destaque aos comentários, que são uma parte legal disso tudo. O chiado do vinil bateu todos os recordes do blog. Vocês não imaginam o quanto isso faz bem. E olhem o nível desse pessoal. Te mete!


"Pavão misterioso"
7 Comentários -

Ale disse...
Tigre, não é que vc não sente falta do chiado. O bom é ter o acesso fácil a todo tipo de música. Mas, me diz, ouvir um vinil não é maravilhoso? Aquele chiadinho soa tão bem. bjos
11 de Março de 2008 10:54

Maurício disse...
Então chega lá em casa pra escutar um Ultraje no vinilzão....
11 de Março de 2008 13:47

Cor de rosa e carvão disse...
maurício: pior sou eu que tenho trilha sonora de novelas, com aquela música do Ultraje: 'nú com a mão no bolso'. Diria até que é a minha música atualmente...
11 de Março de 2008 22:08

vitor disse...
eu tenho saudade de um chiado, na verdade, um estalo. um dos meus discos preferidos era o paco de lucia tocando concerto de aranjuez. lá pelas tantas, no clímax do adágio, o cara enlouquecia no violão para, em seguida, a orquestra entrar. mas antes da orquestra toda entrar, o disco estalava. até hoje, quando ouço qualquer gravação deste concerto, fico esperando o estalo.(obrigado pelo link, não sabia... descobri agora, em seguida à descoberta do teu blog)
11 de Março de 2008 23:37

Francieli Rebelatto disse...
Pelo visto todos acima ainda são uns velhos românticos, heheh....
Eu também o sou, por isso quero uma vitrola e uma coleção de vinil, opa também um violão...
para o chiado ser feito pelas próprias mãos....
Ok, Ok, confesso a "portatilidade" da vida também me agrada.
Vontade de trazer o mundo no bolso...
12 de Março de 2008 13:59

Tati Py disse...
Cês lembram daquele cheirinho de disco novo? E como ele reluzia quando a gente tirava do plástico?
Só não tenho saudade dos discos arranhados. E eu era dona de arranhar discos. Meu pai chegava a esconder sua "discoteca da Jovem Guarda" pra eu não destruir...
12 de Março de 2008 15:15

Adri! disse...
Anteontem comentei com meus coleguinhas novinhos de trabalho - enquanto eles colocavam uns MP3 no 'pen' da Tia Adri - sobre minhas fitas K-7 e as seleções, por estilo, que tinha em cada uma delas: obviamente, dividadas em rock nacional, rock internacional e balaaaaaaaaaaaadas...
essas com todas as vinhetas que vocês possam imaginar das rádios de POA. Isso porque a primeira coisa que fazia, dos meus 10 aos meus 16 anos, quando acordava pra ir pro colégio, era dar 'play-record-pause' no 2x1 do meu quarto infanto-juvenil-refúgio-da-rebeldia-e-das-dores-de-amores!!!
p.s.: Tigre, please, segue escrevendo. mesmo que sem grande inspirações...é sempre bão saber de ti!!! Beijos!!!
16 de Março de 2008 09:25

sexta-feira, 14 de março de 2008

Recesso

Pra quem se acostumou a ler um post por dia nas últimas semanas:
A internet não anda colaborando muito... e as idéias, também.

Até daqui a um tempo, aquele abraço

terça-feira, 11 de março de 2008

Pavão misterioso

Vamos a mais um pouco de nostalgia.
Hoje pareço moderninho, pois tenho um blog e carrego um caminhão de músicas pendurado no pescoço. Mas não faz muito tempo (tá, até faz) eu gravava as músicas do rádio em fita cassete para poder ouvir depois. Algumas até tinham um "su-su-su-su-su-su-cééééésso" junto.
Tudo começou com as fitinhas que havia lá em casa. Uma em particular me chamava a atenção: tinha Nuvem Passageira, com o Hermes Aquino. Gastei a música no deck do nosso "3 em 1".
Mas as maiores descobertas daquela época (eu tinha uns 7/8 anos) foram os LPs do meu irmão. Mergulhei naquele mundo eclético dele. O primeiro garimpo foi Falso Brilhante, da Elis. Nem a mãe, tri fã da Elis, aguentava mais ouvir aquele disco, de tanto que eu colocava. Ainda tinha Caetano, Pink Floyd, Led, Ednardo (aquele do Pavão Misterioso), Astor Piazzolla, Rita Lee, Eduardo Dusek... Certa vez, um colega meu pegou emprestado 2 discos do Yes. E não é rolou uma festinha na casa dele (ele tinha uns irmãos mais velhos também) e sumiram os LPs? Bom, até hoje meu irmão não sabe que fim levaram os discos...
Tudo era um ritual. Até ir numa galeria do Centro de Porto Alegre para mandar gravar em cassete uns "discos piratas" de shows na Europa do Led Zeppelin e do Deep Purple. E, hoje, com alguns cliques e uma boa ferramenta de busca, dá pra encontrar tudo isso em poucos minutos, sem sair de casa. Não, e eu não sinto saudade do chiado.

Gente como a gente

O Ministério das Relações Interiores adverte:
Jornalista é igual a todo mundo
Chora e/ou ri
Tem amigos e/ou inimigos
Acerta e/ou erra
Bebe e/ou vai à igreja

segunda-feira, 10 de março de 2008

Algo a dizer

Foi-se o tempo em que eu não tinha algo a dizer. Ou que eu tinha medo de dizer algo. Sinceramente, não gosto de assumir responsabilidades. Mas não tenho mais medo delas.
No fim, se você sempre for sincero, fica fácil. Por mais que aquilo que você está dizendo não seja o que a pessoa do outro lado queria ouvir. O negócio é se colocar na posição do outro.
Também não temo em errar. Acertar sempre é impossível. Mas sei que as minhas intenções são as melhores. Então, no final, tudo vale a pena.

Bom, todo esse papo de neurolingüistica é para lembrar de uma história de escolhas erradas. Uma vez escolhi o trabalho como prioridade, em detrimento da faculdade. Era divertido, eu ganhava uma graninha... Mas tava parado no mesmo lugar. E o cavalo passou encilhado várias vezes... No fim, fui parar no olho da rua, com uma mão na frente e outra atrás. Ainda bem que não larguei o curso de Jornalismo, naquela falsa ilusão de ser um "profissional".
Formado e desempregado, eu cheguei a pensar em voltar para o comércio. Nenhum demérito para a atividade. Pelo contrário. Afinal, encostei a barriga no balcão (da loja de vinhos e do restaurante da família, da locadora de vídeo...) desde os 13. E muita coisa aprendi. Muito mais do que nas cadeiras de Linguística e Fundamentos de Editoração (!).
Mas, parando pra pensar, será que a escolha de priorizar o trabalho foi errada mesmo? Será que eu não chegaria aos dias de hoje num sentimento de infelicidade com meu local de trabalho?
Não existem escolhas erradas, apenas escolhas. Se a minha fosse tão errada assim, talvez eu estivesse hoje trabalhando na Renner (pelo menos ganharia desconto nas camisetas do Planeta Atlântida). Se eu tivesse resistido a todos os sentimentos que tive, talvez hoje não tivesse a capacidade de amar. Nem de ser amado.
O certo é que hoje não privilegio nada, mas tudo. E, acima de tudo, a vida. Sem se lamentar. Sem ter raiva. Adianta?

E olha que até dá saudade da falta de responsabilidade e da ausência de compromissos. De vez em quando, preferia ser mesmo um ninguém por completo. Apenas mais um na multidão. Mas não se preocupe, é um sentimento bem rápido. Se você chamar por mim, saio do meio do povo e venho correndo.

domingo, 9 de março de 2008

Barão campeã

Deu Barão do Itararé em 1º, Trevo de Ouro em 2º e Unidos do Itaimbé em 3º. Ganhou a organização, a sorte, o trabalho. Império, ano que vem tem de novo e vocês vão arrasar. Barão, parabéns pelo primeiro titulo.

A maldição do Carnaval de rua





Quando eu tinha uns 14/15, costumava ir escondido até os desfiles do Carnaval de rua em Porto Alegre, primeiro na Perimetral e depois na Augusto de Carvalho. Fica ali pela dispersão, pegando o finalzinho das apresentações e gritaria de quem cumpriu seu dever na passarela. Numa época antes dessa, virava a noite vendo o Carnaval do Rio na TV (tá certo que não era só pelo samba, eu queria ver mulher pelada também), apesar dos apelos da mãe para que eu fosse pra cama.
O tempo passou, e o Carnaval de Porto Alegre ficou mais longe de casa. E eu só fui ter a chance de chegar perto de novo do samba na avenida em Viamão, quando estagiava na assessoria de imprensa da prefeitura. Depois, ainda fui privilegiado com uma credencial para os desfiles na Capital. Já um pouco mais dono das minhas idéias, pirei ao ver uma bateria passando bem do meu lado. E, agora, se tenho a chance de sentir isso, não perco. Como fiz em Floripa no mês passado.
Já tinha visto o Carnaval de Santa Maria antes. E já tinha gostado. Agora, em 2008, os desfiles voltaram depois de um ano de ausência. Oito escolas mostraram sua homenagem aos 150 anos de Santa Maria.

Se você quiser uma análise mais apurada, dá uma olhada no blog da Tati. Eu fico só com a emoção. Com o choro dos puxadores da Império da Zona Norte (na foto aí de cima), escola que levantou a arquibancada com um samba de primeira, mas teve três carros quebrados. Com a batéria nota 10 da Unidos do Itaimbé. Claro que fiquei grudado neles, no recuo. Ou você acha que sou bobo?

Nem tudo foi lindo. A outrora luxuosa Vila Brasil, por exemplo, tava pobrinha, pobrinha. E o samba não ajudou (sem falar no Macalé, que, do jeito que cantou, devia pedir pra sair). Mas a batucada compensa tudo.

Hoje tem a noite das campeãs. Como caí nessa tal de maldição, não tem jeito: vou.


***

Um repórter (de folga, só no lazer) toma cerveja na pista. O político com mandato passa, pára e olha. Cumprimenta. Na saída, esbarra na mão do repórter e derruba a latinha de Sol, que tava bem gelada. É ou não é caso pra impeachment?











































Santati


Ela tem um blog muito bacana
Como se não bastasse, salvou minha vida.
E ainda tem ginga.
Salve o samba, salve ela.
Valeu, Tati.

sábado, 8 de março de 2008

O sol nasce pra todos



Amanheceu, peguei a viola
Botei na sacola e fui viajar
Sou cantador e tudo nesse mundo
Vale prá que eu cante e possa praticar
A minha arte sapateia as cordas
E esse povo gosta de me ouvir cantar

Ao meio-dia eu tava em Mato Grosso
Do Sul ou do norte não sei explicar
Só sei dizer que foi de tardezinha
Eu já tava cantando em Belém do Pará

Em Porto Alegre um tal de coronel
Pediu que eu musicasse uns versos que ele fez
Para uma china, que pela poesia,
Nem lá em Pequim se vê tanta altivez

Parei em Minas prá trocar as cordas
E segui direto para o Ceará
E no caminho fui pensando é linda
Essa grande aventura de poder cantar

Chegou a noite e pegou cantando
Num bailão lá no norte do Paraná
Daí pra frente ninguém mais se espanta
E o resto da noitada eu não posso contar
Anoiteceu e eu voltei prá casa
Que o dia foi longo e o sol quer descansar

(Amanheceu, Peguei a Viola, Renato Teixeira)

sexta-feira, 7 de março de 2008

A pergunta da semana

Por que um guia das ruas de "São Francisco", nos EUA, é vendido numa revistaria da rodoviária de Porto Alegre, com direito a exposição na vitrine?
Talvez tenham criado uma linha de ônibus direto pra lá e eu não fiquei sabendo.

Me dá o fogo

Um "esqueiro", numa análise, digamos, infame e grosseira, seria algo que um dia você quis e agora não quer mais?
Bom, segundo a prefeitura, coisas como "esqueiros" iriam ser destruídas na manhã desta sexta.
Não, eu não tô louco. Olha aqui.

É uma festa


Pra quem já foi a jogo com meia dúzia de gato pingado, quanta diferença. Ir ao Estádio Presidente Vargas virou um baita evento. Tem novo, velho, mulher, criança e até cachorro. Agora vendem até churros com chocolate. Mas tem coisas que acho que não vão mudar jamais: a cerveja quente e o banheiro podreco.
Mas uma novidade está valendo a ida ao estádio: a charanga. Quase toda formada por milicos, a junção une metais de sopro com percussão e não pára nunca. Com direito a Marcha Fúnebre na hora em que um jogador do adversário se machuca. E eles ainda acompanham com música o tradicional grito de FDP da torcida para o juiz.

E era isso que o Franco tava gritando na foto acima, para deleite da Tati e da Tatá. Em outra imagem, abaixo, a Bruna mostra que estava atenta ao espetáculo, grudada ao alambrado como uma típica torcedora.

Ah, o jogo com o Veranópolis foi 1 a 1. Eu e o Franco continuamos invictos. Quando construirem uma arena em 2058, vamos ganhar um camarote.














quinta-feira, 6 de março de 2008

Haja saúde

Hoje tem jogo do Interzinho. E mulher não paga... Iiiiissa! Como uma parte feminina da redação promete comparecer (no jogo, mané. muita calma nessa hora), e o Franco já é parceiro confirmado (pro jogo, mané. não fica pensando em coisa suja), claro que vai rolar uma cervejinha de canto. Vai estar meio quente (a cerveja, não o jogo), mas vai rolar.

Amanhã tem a recepção de formatura da Fran. É sair do trabalho e afundar o pé na jaca. E ainda tem Carnaval de rua.

Sábado, mais Carnaval de rua. E um baile de formatura como opção. Isso se não rolar um churrasco durante o dia...

Agora, dois pedidos:
1) Alguém me empresta um fígado?
2) Alguém me arruma algo insano pra fazer no domingo?

quarta-feira, 5 de março de 2008

Simples como a vida

Que fase.
Uma menina me liga de Porto Alegre para que eu decida onde ela deve morar.
Alguém me agradece muito por algo que fiz, sem eu saber que aquilo fazia tanta diferença.
Uma pessoa conta algo chorando, porque você simplesmente parou para ouvi-la e olhar nos olhos dela.
Uma grande amiga faz uma singela homenagem em seu blog.

Dia para ficar nas nuvens. E, como diz aquela música do Pato Fu, "acima das nuvens, o tempo é sempre bom".

Tá. Mas nem tudo na vida acontece do jeito que a gente quer. Ao mesmo tempo, tem coisas que você não espera, mas quer, e elas acontecem. Filme bom é assim, com várias nuances e viradas. Por enquanto, tô gostando do roteirista, seja ele quem for.

Ziriguidum

Com o Carnaval fora de época de Santa Maria, terei a chance de assistir dois desfiles em menos de dois meses. O ano começa bem. O outro foi em Floripa, como já falei aqui. Sentir a bateria de uma escola de samba passando do teu lado é uma sensação que todo mundo deveria experimentar. Mesmo que você esteja ruim da cabeça e doente do pé, vale a pena não perder essa chance. Todos os dias, vai começar às 20h30. Olha aí a programação:

Sexta-feira
* Blocos Catando Cidadania e Vila Brasil do Futuro
* Imperatriz Academia do Samba
* Barão do Itararé
* Mocidade Independente das Dores
* Trevo de Ouro

Sábado
* Bloco Os Audaciosos
* Unidos de Camobi
* Unidos do Itaimbé
* Vila Brasil
* Império da Zona Norte

Domingo
* Desfile das campeãs (com as três primeiras colocadas)

O melhor prêmio da semana

Fui premiado (sim, vamos hoje para a primeira pessoa. Mais umbigo, impossível).
Calma, esse prêmio é mais recente, não tem a ver com nenhum troféu ou alguma viagem...

Antes de contar, um parêntese. Quando eu ainda cursava a faculdade de jornalismo, comecei a trabalhar na Zero Hora. Um certo domingo à noite, já tinha terminado todas as minhas pequenas tarefas burocráticas, quando chega a notícia de que um avião forrado de passageiros derrapou na pista do Salgado Filho e foi parar na grama. Imediatamente, a Lúcia Pires foi mandada para lá, com fotógrafo.
Dali a pouco, vem a informação de que há feridos que começam a ser levados para hospitais. E, agora, o que se faz. Diego Araujo grita:
- O que tá fazendo, Tigre?
- Já terminei minhas coisas, por quê? (Me fazendo de louco)
- Tu pode dar uma volta nos hospitais pra falar com os feridos?

Que dúvida. Lá fui eu, com o fotógrafo Mauro Vieira. Prmeiro, passamos pelo Pronto-Socorro. Que decepção, lá não tinha ninguém. Fico um tempo em depressão, em frente ao hospital, pensando que havia perdido uma chance. Não demora, e o celular toca. Hospital Cristo Redentor é o destino agora.

Ao chegar no Cristo, é preciso uma negociação com o guardinha. Algum tempo quarando, e a entrada é liberada. Bingo! Várias pessoas que haviam tomado um baita susto lá. Um senhor me conta que achou que iria morrer. E que caiu no meio do barro, ao descer do avião por uma rampa de emergência. E nessa linha vieram outros relatos.

Volto para a redação. Em 15 minutos, minha parte estava escrita, para juntar com a da Lúcia. Meu nome não saiu, porque eu não era formado, mas eu sabia que meu texto estava lá. Putz, que alegria. Claro que a mãe e o pai também souberam. Cheguei a sublinhar no jornal os trechos que eram meus...

Corta para a redação do Diário de Santa Maria. Março de 2008. Início de noite. Eduardo Silva, jovem recém-formado, acaba de terminar um texto policial sobre a mulher que colocou fogo no marido. Daí eu lembro do detalhe: o magrão já tinha o canudo. Logo, poderia assinar o texto. Por isso, falo:
- Dá para assinar esse texto aí, né?
Nem preciso dizer que a cara dele denunciava a felicidade. Cheguei a me engasgar, tchê.

Em apenas alguns minutos, momentos únicos, que fizeram diferença na vida. Oito anos depois que alguém me deu uma chance, o destino quis que eu proporcionasse uma alegria semelhante para outra pessoa. Vamos para o clichê: isso não tem preço. Esse foi o melhor prêmio que ganhei na semana, sem dúvida.

terça-feira, 4 de março de 2008

6:00 a.m.


Insônia. Esse poderia ser o título da foto.

Classificados

Troco uma cadeira ao lado do bebedouro por uma cadeira de praia, atrás de um castelo de areia com vista para o mar. Tratar em horário de fechamento de um jornal.

Compro uma idéia, mas só posso pagar parcelado ou no cartão Visa Vale. Para abater no preço final, tenho alguns pensamentos um pouco antigos, mas bem conservados. Negociações depois das 23h, na mesa de um bar.

Procuro parcerias para excursões rumo ao desconhecido e ao inesperado. É preciso saber cozinhar, ter disponibilidade para sair do sério e gostar de pimentão. Mais informações podem ser obtidas no caminho entre Santa Maria e Porto Alegre.

Barbada! Torro... o saco, em dias de mau humor ou tristeza. Aproveite que a promoção é por tempo limitado.

domingo, 2 de março de 2008

Desde o Superman. E que venha o 13 de março

A primeira lembrança que eu tenho de um cinema é de um cinema sem nome. Claro que ele tem um, mas eu não lembro. Afinal, eu tinha uns 5/6 anos. Fui levado pelo meu irmão para ver Superman - O Filme, em algum lugar da capital paulista. Não sei se esse cinema ainda existe. Provavelmente, não. Não consigo me recordar do ambiente, apenas de uma sala escura com uma imagem projetada na parede.
Mas essa primeira experiência terminou cedo. Lá pela metade do filme, eu pedi pra sair. Não lembro se fiz fiasco, mas acabei convencendo meu irmão. Não tenho total certeza do que eu tô falando, mas acho que a razão era por medo. Sei lá do quê. E o filme era legendado...
Depois disso, só me vem a mente um cinema em Porto Alegre. Na verdade, dois. Não sei o que veio primeiro. Lembro da minha vó Adelina me levando no Cine Miramar, no Partenon (do lado de uma loja Incosul, que Deus a tenha), para ver um filme dos Trapalhões. Também lembro do meu irmão (ele, de novo) me arrastando pra ver Aristogatas, da Disney, no Scala, lá na Rua da Praia. Dessa vez eu aproveitei mais.
A minha querida avó tá firme, mas nem tão forte. Os cinemas que citei, não. Já se foram. Não sou de ficar lamentando isso. Esses locais fizeram seu papel. Que outros de melhor qualidade venham para o lugar deles. O que não dá é pra ficar sem nada.
Como em Santa Maria... Mais de 240 dias sem cinema! E olha que ainda tenho o consolo de poder ir a cinema por aí mundo afora.
Aí fico sabendo que Santa Maria vai voltar a ter dois cinemas no dia 13 de março. Contando, faltam 10 dias. Confesso que tô na expectativa. Depois do Superman e dos Aristogatas, a coisa só fluiu. Virei freqüentador. Ou "cliente", numa visão mais mercantilista.
Nessas horas, lembro do Cine Roma (na Azenha), que exibia os tops da época cerca de uma semana depois da estréia. E pela metade do preço.

Pára tudo para uma nota de redação: o autor deste texto agora vai mostrar que não cozinha na primeira fervura. Agora, podemos continuar.

No Roma, vi coisas como Caça-Fantasmas, Rambo 1, Comando para Matar, O Retorno de Jedi... Ia com os colegas de 1º Grau (meu pai amado... onde eu vou chegar?) nas matinês de domingo.
Lembro também do Marrocos, o cinema do meu bairro. Lá vi O Beijo da Mulher-Aranha e O Exterminador do Futuro. Ambos com censura 16 anos. E eu não tinha 16 anos...
Lembro também do Bristol, na Osvaldo Aranha. Era o cineclube de hoje, só que com freqüência diária. Só passava ciclos de uma semana. Numa delas, só passou filme do Hitchcock. Em outra, o tema era rock n'roll - lá pude ver The Song Remains the Same, do Led, e Pink Floyd - The Wall.
Por tudo isso, criei uma relação afetiva com a telinha. Ou melhor, a telona. Então, que venha o dia 13. Talvez eu até compre pipoca. Quem sabe um Bib's ou uma bala de goma.

sábado, 1 de março de 2008

Diversão

As nossas festas estão ficando meio rotineiras. Mas é uma rotina das boas...