A primeira lembrança que eu tenho de um cinema é de um cinema sem nome. Claro que ele tem um, mas eu não lembro. Afinal, eu tinha uns 5/6 anos. Fui levado pelo meu irmão para ver Superman - O Filme, em algum lugar da capital paulista. Não sei se esse cinema ainda existe. Provavelmente, não. Não consigo me recordar do ambiente, apenas de uma sala escura com uma imagem projetada na parede.
Mas essa primeira experiência terminou cedo. Lá pela metade do filme, eu pedi pra sair. Não lembro se fiz fiasco, mas acabei convencendo meu irmão. Não tenho total certeza do que eu tô falando, mas acho que a razão era por medo. Sei lá do quê. E o filme era legendado...
Depois disso, só me vem a mente um cinema em Porto Alegre. Na verdade, dois. Não sei o que veio primeiro. Lembro da minha vó Adelina me levando no Cine Miramar, no Partenon (do lado de uma loja Incosul, que Deus a tenha), para ver um filme dos Trapalhões. Também lembro do meu irmão (ele, de novo) me arrastando pra ver Aristogatas, da Disney, no Scala, lá na Rua da Praia. Dessa vez eu aproveitei mais.
A minha querida avó tá firme, mas nem tão forte. Os cinemas que citei, não. Já se foram. Não sou de ficar lamentando isso. Esses locais fizeram seu papel. Que outros de melhor qualidade venham para o lugar deles. O que não dá é pra ficar sem nada.
Como em Santa Maria... Mais de 240 dias sem cinema! E olha que ainda tenho o consolo de poder ir a cinema por aí mundo afora.
Aí fico sabendo que Santa Maria vai voltar a ter dois cinemas no dia 13 de março. Contando, faltam 10 dias. Confesso que tô na expectativa. Depois do Superman e dos Aristogatas, a coisa só fluiu. Virei freqüentador. Ou "cliente", numa visão mais mercantilista.
Nessas horas, lembro do Cine Roma (na Azenha), que exibia os tops da época cerca de uma semana depois da estréia. E pela metade do preço.
Pára tudo para uma nota de redação: o autor deste texto agora vai mostrar que não cozinha na primeira fervura. Agora, podemos continuar.
No Roma, vi coisas como Caça-Fantasmas, Rambo 1, Comando para Matar, O Retorno de Jedi... Ia com os colegas de 1º Grau (meu pai amado... onde eu vou chegar?) nas matinês de domingo.
Lembro também do Marrocos, o cinema do meu bairro. Lá vi O Beijo da Mulher-Aranha e O Exterminador do Futuro. Ambos com censura 16 anos. E eu não tinha 16 anos...
Lembro também do Bristol, na Osvaldo Aranha. Era o cineclube de hoje, só que com freqüência diária. Só passava ciclos de uma semana. Numa delas, só passou filme do Hitchcock. Em outra, o tema era rock n'roll - lá pude ver The Song Remains the Same, do Led, e Pink Floyd - The Wall.
Por tudo isso, criei uma relação afetiva com a telinha. Ou melhor, a telona. Então, que venha o dia 13. Talvez eu até compre pipoca. Quem sabe um Bib's ou uma bala de goma.
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3 comentários:
Cinema.Entre as coisas que me deixam com muita saudade dos àureos tempos de Santa Maria essa é uma daquelas que ocupam o primeiro lugar. Teu texto me deu uma baita saudade de ir no Glorinha. Foi ali que eu vi meu os professores formavam filas com seus alunos para assistir a uma boa programação no telão. Putz Tigre, que baita saudade não só do Rambo I ou dos Trapalhões, mas de sentar numa sala de cinema e ver um outro mundo no telão.
Seguindo no saudosismo da Mari...eu assisti Os Trapalhões e a árvore da juventude no Cine Independência...
aquilo sim era cinema!
Putz! Incosul e Cinema Miramar... Eu sou desmemoriada mesmo, ou não é do meu tempo (prefiro acreditar na segunda alternativa).
Bom, sei bem como é ficar sem a sétima arte. Fui enganada quando vim para Videira. Me disseram que tinha cinema. E não tinha! Abriu um shopping aqui e uma ano depois, exatamente, abriu o cinema. Putz, cai dentro bem feliz!!!
Porém, até isso acontecer, a cada 15 dias ia a Porto Alegre e mal pisava na capital gaúcha, já me enfiava numa sala lotada de professores, sem almoço e em sábado de sol, para me deleitar com essa maravilha.
Êta coisa boa ir ao cinema...
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