quinta-feira, 3 de abril de 2008

As origens

Quando era bem piá, lá pelos 5/6 anos, ainda não sabia ler, mas o jornal já me causava algum interesse. Hoje, fazendo uma retrospectiva, lembro que a "culpa" foi do meu avô, Luiz Alberto Martins Fagundes, que faleceu quando eu tinha uns 10.
Eu ainda morava em São Paulo, terra em que nasci por força das circunstância. Eu e meu irmão somos os únicos da família inteira que nasceram lá, por causa do trabalho do pai. Voltando ao jornal... Meu vô e minha vó costumavam sair de Porto Alegre e ir à capital paulista, via ônibus da Penha, para visitar.
Nesse contexto todo, há lembranças peculiares. Primeiro, que lá em casa o jornal escolhido era O Estado de S.Paulo. Outra: o Estadão costumava colocar a cidade de origem de suas notícias de uma forma destacada, no início de cada texto.
Apesar da tenra idade, eu já identificava algumas palavras, graças ao hábito de olhar as revistinhas da Disney, muitas delas herdadas do meu irmão. Uma das expressões que sabia identificar bem era "Porto Alegre". Quando meu avô estava em São Paulo, eu costumava folhear o jornal de cabo a rabo, sempre procurando por notícias da cidade em que ele morava. Quando achava um "Porto Alegre", ia correndo mostrar pro vô.
Mais tarde, fui morar na cidade que aparecia no meu cabeçalho favorito do Estadão. O primeiro ano e meio foi na casa dos meus avós, no bairro Partenon. Era entre 1981 e 1982. Todas as manhãs, eu ia até a "quitanda" do Nérso, numa das esquinas da João do Rio. Com 50 centavos dados pelo meu avô, comprava uma Zero Hora. Os quadrinhos continuavam no top da preferência, mas eu também tinha uma atração pela Polícia e pelo Esporte. Claro que só pegava o jornal pra ler depois que meu avô fizesse a leitura dele, durante o café da manhã.

Não sei se isso tem alguma relação com o que eu me tornei. Mas a lembrança vale, porque estimula. Imagina se tem por aí algum piá fazendo o que eu fazia? Que tenha uma ligação afetiva com esse maço de papel...
Tá, tô numa fase bem sentimental com o jornalismo, eu sei. Provavelmente porque agora, fora da redação, posso discuti-lo enquanto conceito. E, para isso, busco no passado muitas lições. Assim, enxergo de forma mais lúcida o futuro.



Falado em resgate, vale dar uma olhada na fase nostálgica do Cacto.

2 comentários:

Casal Gi e Nico disse...

Procurei o garoto por algum tempo. Lembro que assim que apareceu o tal do "Orkut" pensei que finalmente iria recordar a infância e reencontrar muitos dos que haviam passado em minha vida. Luiz Norberto Roese era um deles. Nunca esqueci o nome, completo, cheio. Também se esquecesse era só pegar uma das cartas dele que tenho de recordação. Tenho todas. E as pessoas são assim, iguais na essência, desde pequenos. Escrevia da mesma forma, ainda que hoje mais culto, mas maduro. Mas é possível encontrar nessas cartas de infância um pouco do menino Luiz. Ao abrir meu email hoje, depois de um lonho dia de trabalho, me deparei com o mundo do lado de lá. Alguém me reconhecia, não sei bem ao certo se da mesma forma que eu. Mas lá estava, finalmente. E mais, não era só o orkut, mas um blog, com o que faz, e 84 fotos para destacar o lado pouco ortodoxo e menos ajuizado do menino que conheci. Luiz, ainda não li quase nada, mas é mais do que um prazer(RE)conhecê-lo. Gisleine (Gi)

Anônimo disse...

Obrigado por intiresnuyu iformatsiyu