"Has he lost his mind, can he see or is he blind..." Saí do cinema com a música do Black Sabbath na cabeça. Foi mais ou menos assim: me senti um pouco adolescente depois de ver o Homem de Ferro. Primeiro, é um espetáculo visual. Os efeitos especiais são perfeitos para as cenas de ação no solo ou nas alturas. Sensacional a cena em que ele é perseguido por dois caças.
Segundo, é baseado em uma história em quadrinhos da Marvel que nunca havia ganho uma chance de chegar às telas. E olha que o Iron Man já tem mais de 40 anos. É do tempo da Guerra Fria.
Mas o herói não chega enferrujado ao século 21. Ganha atualidade com a história (meio boba, vamos combinar) do milionário que, depois de ser capturado e conseguir escapar de guerrilheiros afegães, resolve sair voando por aí numa armadura vermelha e dourado. A aventura faz com que ele repense a indústria de armas da família.
Moralista como pode ser, mas com um toque legal de canalhice, injetado por Robert Downer Jr. (aquele que teve problemas com drogas, mas que um dia já foi Chaplin). Pois não é que ele exala ironia (e bem)? Ao lado de Jeff Bridges (o vilão careca, quase irreconhecível), é um dos destaques do filme.
Para fechar na boa, Iron Man do Sabbath. Não dá para esquecer que lá, bem no início, tem Back in Black, do AC/DC. Diversão heavy metal do começo ao fim. Custou R$ 4 voltar aos 15 anos por duas horas. Bem mais barato que uma aplicação de Botox.
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Última sessão do Iron Man em Santa Maria. Estréia mundial. Lotadaça. Fila do Gargarejo. Pipoca. Bib's. Peguei na mão dela. Público comportado. Meia-entrada. 2 elevadores. Celulares quietos. Evolução. Luz, câmera, ação.